domingo, março 09, 2008

ELAS E AS SUAS MAZELAS

Dr. Jacaré, queira explicar porque é que as mulheres sofrem tanto de enxaquecas, cefaleias, dores menstruais e outras que tais. Serão reais todas essas dores e padecimentos crónicos ou elas gostam é de se vitimizar e ter sempre uma desculpa na manga para se escusar ao sexo?
Céptico Pato Lógico

Justiça divina, caro amigo, é justiça divina. Tudo começou quando Deus criou o Homem a partir da costela da Mulher e se apercebeu de ter feito grande borrada. Mas um filho – ainda que deficiente – é sempre um filho, portanto, Deus amou-o na mesma e tal. Contudo, achou por bem presentear a sua criação superior, a Mulher, com toda uma panóplia exuberante de moléstias crónicas (entre outras coisas). Para equilibrar o jogo entre ela e ele. E dar uma oportunidade ao pobre “Tecla 3” (não sabe o que é ser “Tecla 3”? Leia o que diz na tecla 3 do seu telemóvel... Pooois, é você).

É por essa razão que elas sofrem continuamente de tantas mazelas. Aquilo é tudo real (mesmo quando não é, porque elas fingem com tanta força que até dói). Assim as criou Deus para que nós, homens, beneficiando desse handicap, tivéssemos a possibilidade de jogar ao nível delas. Com a preciosa vantagem de podermos ainda mijar de pé (aqueles que podem, quero eu dizer). Como consequência, e por não estarem habituados, os homens tornam-se uma cambada de caguinchas lamurientos quando afectados pela mais pequena enfermidade (deplorável lote do qual me excluo, pois eu cá, contrariando o caso geral, sou deveras estóico quando estou doente. Sim senhor).

Seja como for, elas também não podem cantar de galo, porque são umas grandes chatas quando se põem a desfiar o rol das suas maleitas. E ele há gajas que parecem retirar disso prazer – e fazem-no desde o primeiro encontro! –, como velhos veteranos de guerra a partilhar as suas histórias pessoais de terror e glória de como perderam certos apêndices corporais no campo de batalha. A quem esperam elas seduzir com conversas destas, é uma incógnita. Porque um homem não quer saber. Por uma simples razão: doença mata tesão! E quando elas se predispõem a discorrer, nos mais íntimos e arrepiantes pormenores, acerca de dores de cabeça, de enjoos, de dores menstruais, de distúrbios urinários, intestinais e estomacais, de celulite, anorexia e demais problemas de peso, de hérnias discais, de cancro, de problemas de dentes, de pele e de cabelo, de malformações genéticas, de pêlos encravados na zona da virilha, de operações cirúrgicas, e de todo um leque interminável de achaques constantes e de diversa ordem, nem um surdo a consegue manter de pé. Precisa de reanimar a pila com choques eléctricos. Como pode um homem sentir atracção por uma mulher que, a avaliar pelas suas próprias palavras, está a cair de podre?...

Deveria aplicar-se aqui a Regra da Eructação/ Ventosidade Reprimida. Todos sabemos que as mulheres, como seres humanos que são, também arrotam e peidam. Mas qualquer mulher inteligente sabe que nunca deve revelar ao homem amado esse lado da sua... humanidade. Porque conspurca a imagem idílica que ele mantém da sua deusa e isso faz mirrar o barrote. Conclusão: elas que se peidem e arrotem, se quiserem – mas sozinhas. Eu não quero ser testemunha. E, de igual modo, não quero saber de doenças. Tudo farei para minorar o sofrimento e o desconforto da minha amada enferma; só não preciso de saber o seu historial médico com direito a detalhes escabrosos das enfermidades em causa. Porque o mal não é sofrer de doenças – é publicitá-las.

Por fim, quanto à questão de elas usarem as dores como desculpa para se escusar ao sexo, caro amigo, confesso que não sei o que isso é. Nunca nenhuma namorada minha me brindou com o clássico “Agora não, querido, tenho uma dor de cabeça.” Pelo contrário, já muitas se revelaram bastante aliviadas de certos padecimentos após o acto sexual. Quer-me parecer que, se acaso elas usam as dores como desculpa, é para se escusar ao mau sexo. No seu lugar, eu punha-me a pau.