sábado, abril 14, 2007

PARA BOM OBSERVADOR...

Mestre Jacaré, qual a melhor maneira de um homem descobrir se a mulher que lhe interessa está comprometida SEM lhe perguntar directamente, para não dar bandeira e revelar o lance?
Leitor anónimo.

Qualquer mulher sabe bem que a generalidade dos homens só se aproxima dela com o objectivo de lhe saltar para a cueca. Elas não são parvas. Mas, caramba, o mínimo que uma gaja espera de qualquer gajo é que, ao menos, a saiba enganar com alguma arte! O cretino que, ainda antes de lhe ter fixado o nome, já está a querer saber se a moçoila tem namorado, além de revelar gratuita e prematuramente o jogo todo, também manifesta tacitamente que não pretende gastar o seu precioso tempo com a miúda caso ela não esteja disponível para lhe chupar a ponta do piço. Ora, na cabeça dela, isso significa que, privado da possibilidade de obter sexo, o reles tipo não considera que a menina em causa tenha suficientes outras qualidades como pessoa que o levem sequer a querer conhecê-la como amiga. E isto, para ela, diz tudo acerca desse tanso – é sarjeta com ele. Claro que há quem se possa dar ao luxo de cometer asneiradas destas. Ao gajo lindinho, bonzão e/ou rico, elas até são capazes de perdoar esta e esperar para ver. Enfim, ele há certas qualidades que falam mais alto (e parvo é o homem que disso não tira partido). Contudo, para o gajo comum, não especialmente favorecido pela Natureza e/ou pela Providência, cair neste erro pode ser fatal.

Mas vamos ao que interessa. A maneira mais simples de averiguar acerca da disponibilidade emocional (e, por conseguinte, sexual) de qualquer menina é deixá-la palrar à vontade. Mulher que nunca faz a mínima referência a namorado nas suas conversas habituais é sinal que não o tem. Ou então não gosta do namorado que tem. O que, para si, vem a dar no mesmo, porque significa luz verde. Pense nisto: qualquer mulher que tenha uma relação amorosa minimamente saudável e que ame o seu namorado acaba sempre por referi-lo nas suas conversas. É inevitável – e natural –, já que o tipo partilha grande parte da sua vida. Porém, se ela o mantiver às escuras, pergunte-lhe então subtilmente, aproveitando as oportunidades que ela lhe der – “Então foste passar o fim-de-semana prolongado a Barcelona! Que fixe! Foste com a família ou amigos?” E, caso as respostas dela persistam em mostrar-se nebulosas, não tenha medo de jogar pesado: “E o teu namorado não se incomoda que vás passar um fim-de-semana a Barcelona sem ele?” As gajas não são parvas e é óbvio que ela vai perceber claramente a intenção por trás da sua conversa, mas também vai saber apreciar e valorizar a criatividade no modo como você deu a volta ao texto. Se ela for daquelas espertalhonas (e não o são todas?), há-de perguntar-lhe “Mas quem te disse a ti que eu tenho namorado?” Nessa altura, o meu amigo só tem que puxar do seu trunfo: a lisonja – “Nem me passa pela cabeça assumir que uma mulher interessante como tu não tenha namorado. Os homens são cegos, sim, mas não tanto.” Et voilà. Se ela não aproveitar esta magistral oportunidade para abrir o jogo, então atire-se de cabeça, porque, tenha dono ou não, a malandra está a gostar do seu paleio.

Por último, preste atenção à disponibilidade de tempo dela. Se ela se mostrar sempre disponível para sair consigo, isso só pode significar que é uma rapariga livre. Ou então, que o namorado dela a anda a negligenciar, o que também acontece muito por aí. Seja como for, luz verde para si. Pelo contrário, se ela recusar os seus convites e, acima de tudo, omitir a razão da recusa, o mais certo é haver outro cão no lance. Marido ou namorado ou ex ou pretendente. Acautele-se.

Seja como for, e para terminar, fique a saber que o sedutor sazonado não precisa de nada disto. Ele limita-se a agir sempre como se a mulher em alvo fosse livre e desimpedida, pois sabe que é essa atitude que lhe trará maior sucesso (porque, mesmo se comprometida, ser tratada como se fosse livre pode despertar nela certos impulsos adormecidos). Além disso, o namorado (a existir) é dela, portanto, cabe-lhe a ela preocupar-se com ele.