sábado, janeiro 28, 2006

NEXT LEVEL

Um amigo meu – chamemos-lhe Joãozinho – anda há quase dois anos interessado numa rapariga. Ao que tudo indica, e apesar dela ser comprometida, o interesse é mútuo. A atestá-lo estão os frequentes encontros que ambos compartilham desde que se conheceram. Isso e o facto – altamente revelador do coração de uma mulher – dela nunca fazer a mínima referência ao namorado na presença do meu amigo. Até há relativamente pouco tempo atrás, contudo, sempre que instigado pelos amigos mais próximos (em que me incluo) a concretizar uma aproximação amorosa à dita moça, o Joãozinho replicou invariavelmente que o deixassem fazer as coisas “ao seu ritmo.” Entretanto, o tempo passou... E o rapaz foi ficando frustrado e desesperado. Se, no início desta relação, o interesse da moça pelo nosso herói era inegável, actualmente, nem o próprio Jacaré se atreve a afirmar com certeza que esse interesse persiste. E não raros são aqueles que afirmam que o pobre Joãozinho já foi por ela colocado na Prateleira dos Amigos há muito tempo.

Talvez sim. Porém, ainda que assim seja, existem modos relativamente simples de espicaçar o interesse da rapariga. Especialmente se esse interesse, de facto, já existiu um dia. Porque, se existiu, criou desejo. E ainda que, posteriormente, o interesse tenha esfriado, o desejo – frustrado (porque não concretizado) – deixou, por certo, uma sementinha de insatisfação. E o homem que sabe disso tirar partido tem sempre ascendente sobre a rapariga em causa. Exemplos? O que não falta para aí é o tipo de gajo manipulador, que trata a namorada abaixo de cão (ou melhor, cadela, i.e. uma bitch) e tão depressa lhe dá com os pés como, logo a seguir, regressa para molhar o bico, repetindo o processo até se fartar. E a gaja DEIXA! (Mas há gajas que merecem! Se uma mulher deixa que a tratem assim, então com certeza ela merece mesmo ser assim tratada!)

Mas o Joãozinho não é o tipo manipulador. No entanto, é preciso que tome consciência que algo precisa de mudar no seu procedimento para com a menina em causa. Porque, convenhamos, o “seu ritmo” não o levou a lado nenhum. Deve ter três velocidades, como os alentejanos: devagar, devagarinho e parado. Ele é uma das mais excelentes pessoas que conheço e, verdade seja dita, é um homem muito bem parecido. Aliás, é muito frequente, a início, quando não nos conhecem, as raparigas engraçarem mais com ele do que comigo. Acham-no muito querido e tal. O problema é que o gajo depois não tem jogo para manter a vantagem e ascender ao nível seguinte de interacção com as miúdas. O tipo é simpático, inteligente e bom de conversa, mas perde no contacto físico. Mais importante que aquilo que se diz, é como se diz; e existem outras linguagens, para além da falada, a que um homem pode – e deve! – recorrer para cativar e aprofundar a intimidade com uma mulher. Muitas vezes, um gesto vale mais que mil palavras.

Mas como ascender a esse nível? Este texto já vai longo, mas, para o próximo mês, aqui deixarei alguns truques e técnicas simples para ajudar o Joãozinho e outros ineptos como ele. Até lá!