sexta-feira, novembro 12, 2004

BREAK UP SEX

Comentários a propósito de “Duvidar ou Acreditar,” de quinta-feira, 30 de Setembro, n’ “A Goela”:
eu vou ter de fazer a pergunta à road trip? comeste a rapariga antes de a deixar? come-se SEMPRE a rapariga antes de a mandar embora...
Leitor identificado

(...) que raio de pergunta!!É claro que sim!!!
Leitora identificada

oh não fosse ele o jacaré!
Outro leitor identificado

Lamento desiludi-los, caros amigos, mas a verdade é que, mesmo que quisesse, não o poderia ter feito. Se bem se lembram, eu sofrera umas três semanas antes um acidente de viação que me deixou com uma clavícula fracturada e um traumatismo na uretra. Se bem que o acidente (felizmente!) não tenha afectado em nada a minha capacidade de excitação e erecção, o facto é que, com um tubo enfiado na região supra-púbica (a meio caminho entre a pila e o umbigo), não me sinto nada tentado a roçar o meu baixo-ventre em movimentos repetitivos de vaivém seja em que rapariga for, por muito macia e apetitosa que ela seja. Isto para não referir o facto de arrastar constantemente comigo um saco colector de urina (vulgo saquinho de mijo) que, quer se queira, quer não, é um brutal turn off e está mui longe de me fazer sentir sexualmente desejável.

Além disso, relembro-os também que a canalização está entupida. Calculo que tentar ejacular nessas condições seja, no mínimo, doloroso. No máximo, imagino um resultado tiro-pela-culatra semelhante ao que sucede ao Elmer Fudd sempre que o gajo descarrega a caçadeira no Bugs Bunny quando este tem o dedo enfiado pelo cano acima – BOOM!!!

Para terminar, eu só cheguei à conclusão que tinha de terminar a relação com a Ruiva quase uma semana depois dela ter regressado ao norte, após os dias que passou em Lisboa. Ou seja, com mais de trezentos quilómetros a separar-nos, mui dificilmente conseguiria mandar-lhe uma trancada antes de terminar o namoro. É claro que eu poderia ter gerido as coisas de maneira diversa... Por exemplo, poderia sempre ter viajado de urgência até ao Porto para acabar com ela... e, de caminho, toma lá! Ou, melhor ainda, poderia ter esperado para acabar com ela mais tarde, após a minha recuperação e por ocasião de novo reencontro entre nós. E, entretanto, ia mantendo a relação de longe, enquanto me entretinha na capital com outra(s) menina(s). Afinal, e tirando o que eu lhe contava, que poderia ela saber da minha vida em Lisboa? Nada!

Sim, eu poderia ter gerido as coisas de outro modo. Poderia tê-lo feito, caso fosse um egoísta calculista e sem escrúpulos, disposto a pisar em quem quer que fosse para benefício próprio. Não me interpretem mal, pois isto não significa que eu não seja um grande rebarbado! Sou-o e afirmo-o com orgulho! Contudo, não estou tão desesperado por sexo que tenha necessidade de enganar seja quem for para conseguir aquilo que quero.

Por outro lado, e ainda que não precisasse de a enganar, caso ela estivesse disposta a uma última para o caminho, devo confessar que não sou partidário do break up sex. É sexo vazio e sem sentido que, nitidamente, serve apenas para apaziguar a carne pelo acabar de uma relação. É sexo que está muito longe de me satisfazer. Por isso, não acredito em sexo de acabar. Acredito, sim, em sexo de começar, em sexo de acreditar. Acredito em sexo de amar. E prefiro recordar uma relação passada pelos momentos em que amei e acreditei. Que o resto, deita-se fora.

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