quarta-feira, agosto 18, 2004

RELAÇÕES À DISTÂNCIA

conheço malta q namora com ppl de mto longe,ate do estrangeiro ás vezes,o jacare era capaz?
Leitor identificado

Caro amigo, para começo de conversa, deixe-me dizer-lhe que sou absolutamente contra relações à distância! Sempre fui e sempre serei. E desaconselho-as vivamente seja a quem for. Não há nada pior que estar longe da pessoa amada! Eu que o saiba, pois falo por experiência própria – com efeito (e infelizmente!), a minha bela Ruiva não é de Lisboa. É de Vila do Conde, acima do Porto!

É lixado, sim, mas podia ser muito pior. Eu podia viver no Algarve e não em Lisboa! era bem mais lixado! Mas, mesmo assim, ainda estávamos no mesmo país. Porque podia ser ainda pior!... E é melhor ficarmo-nos por aqui, porque se há coisa que a vida me ensinou foi exactamente que não há nada que seja tão mau que não possa piorar (e prepúcio!, que já me estou a contradizer! Afinal, chego à conclusão que até deve haver algo bem pior que estar um homem afastado da sua amada e não a poder beijar e abraçar sempre que disso sinta a vontade).

E a verdade é que realmente existem algumas vantagens nas relações de afastamento forçado. Para começar, a vida de um gajo quase não se altera. Tirando as contas telefónicas (que sofrem aumentos brutais, como é natural), tudo o resto permanece mais ou menos na mesma. É esta, provavelmente, a única ocasião em que um tipo pode afirmar com segurança que não deixa de estar com os amigos para passar mais tempo com a sua mais-que-tudo (como se pode perceber, este tipo de relação é excelente para as pessoas independentes, que levam vidas muito ocupadas e não têm tempo a perder com assuntos do coração). Além disso, dado serem raros os momentos em que os namorados estão juntos, dão-lhes muito maior valor e importância. O que, obviamente, só beneficia a própria relação.

Contudo, existe o outro lado da questão. Em termos de interacção física amorosa, as relações à distância deixam muito a desejar. Com efeito, para que é que um gajo arranja uma namorada, se depois não lhe pode saltar em cima porque ela vive em cascos de rolha?! Santa Cópula!, se é para continuar a bater punhetas, não vale a pena arranjar uma namorada ausente!...

... O que nos leva a uma conclusão interessante: as pessoas que apostam em relações à distância (e que, efectivamente, as fazem funcionar) são, regra geral, pessoas para quem a relação amorosa vai muito além da mera interacção física, pessoas a quem interessa o compromisso sério e a longo prazo. Em suma e para resumir, pessoas maduras. Porque ninguém que esteja simplesmente interessado em relações fortuitas e alguma diversão inconsequente se mete numa embrulhada dessas. Ou, se se mete, rapidamente a abandona (ou atraiçoa), porque não suporta os sacrifícios necessários.

Conclusão da história: aqui o Jacaré é uma pessoa madura! Que lindo! Só por ter descoberto isto, já valeu bem a pena ter redigido esta composição.

E lá me lembrei de algo bem pior que estar um homem afastado da sua amada... É não ter quem amar.

2 Comentário(s):

A domingo, 26 agosto, 2007, Anonymous Anónimo comentou:

Olha Jacaré, isso que dizes é bem verdade! Vivo uma relação à distância que já teve melhores dias. Ao fim de algum tempo já não basta apenas a lembrança, a pessoa sente-se desconfortável porque não se desenvolve, estagna, torna-se cíclica. De cada vez que nos encontramos temos de começar algo de novo, a cumplicidade entretanto perde-se, algo se desvanece, começa a deteriorar-se, porque simplesmente não evolui, a relação não encontra novos caminhos a dois!! Não sei mesmo se não estará por um fio, sinto-me mal e abandonada...

 
A segunda-feira, 17 setembro, 2007, Blogger Jacaré Voador comentou:

Abandonada?... Isso é que não pode ser, minha querida. Quando se sentir assim, ligue-me, que eu estou sempre disponível para um café a dois (ou mais...). Não é para me gabar, mas eu sou muito boa companhia, sabia?

 

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