QUANTIDADE VERSUS QUALIDADE
“A minha namorada é insaciável. Adoro fazer sexo com ela e gosto de lhe dar prazer na cama, mas por mais que tente não consigo vir-me mais de três vezes por noite. Ela bem puxa pelo macaco, e faz-lhe festinhas, mas não há meio de o conseguir levantar depois da terceira. E já a terceira custa bués! Eu gosto da minha namorada, mas tenho medo de não a estar a satisfazer, porque ela está sempre pronta para mais; se mais eu desse, mais ela levava. Será que o problema é meu, que sou uma picha mole, ou é ela que é uma ninfomaníaca?”
Leitor anónimo
O maior barrete que enfiaram ao género masculino foi fazê-lo crer que a prestação sexual de um gajo é tanto melhor quanto maior o número de vezes seguidas que ele se vem numa noite. Isso e a tanga de que não se pode saltar à espinha duma gaja quando ela está com o período ou sofre de enxaquecas. Pfff! Enxa-quecas – com um nome desses, até está mesmo a pedi-las, que raio!
Pois saiba, meu caro amigo, que nem o corpo masculino foi construído para ser mungido continuamente à vontade do freguês. Nunca ouviu falar do período refractário? Pois bem, o ciclo das reacções sexuais do homem é composto por quatro fases: a fase de excitação, a fase de actividade, a fase de orgasmo e, finalmente, a fase de resolução. Não vou perder tempo a explicar o que acontece em cada uma das fases porque penso que os nomes são suficientemente explícitos para todos entendermos do que estamos a falar. Direi apenas que é na fase de resolução que toma lugar aquilo a que se chama de período refractário.
O meu amigo está a ver aquela doce lassidão que se apodera de todo o seu corpo, logo após ter esvaziado os tomates, deixando-o tranquilo e em harmonia com o Universo, e prontinho para dormir na paz dos anjos? Pois bem, essa é a fase de resolução, que se caracteriza exactamente pela descida dos níveis físicos de intensa actividade sexual para os de repouso. Nessa altura, o que é que acontece ao “macaco”? Afrouxa, já se sabe. E, por mais que se incite o bicho e se “lhe faça festinhas”, não há meio do animal se levantar tão cedo. Ora bem, o período refractário é exactamente o lapso de tempo que sucede ao orgasmo durante o qual é impossível voltar a ter uma erecção. Naturalmente, esse lapso de tempo varia de indivíduo para indivíduo, consoante a sua idade e condição física. Se um jovem saudável e repousado precisa de 10 minutos, em média, para voltar a hastear a bandeira, já um velho pode levar até vários dias para o fazer! Lixado, hã?
Quanto a elas, é comum dizer-se que não têm período refractário. Na realidade têm, porém, ao contrário do homem, este não sucede necessariamente ao orgasmo. O que significa que, se estimuladas, elas podem continuar o acto sexual imediatamente após um orgasmo (já ouviu falar em orgasmos múltiplos?). Contudo, tal como eles, também elas têm o seu limite – e, se algumas precisam de muito para as mandar abaixo, outras há que ficam exaustas logo após o primeiro round. Quer-me parecer que ao meu amigo lhe calhou uma peça mais dura de roer.
No entanto, não desespere. Para tudo há uma solução. E, no seu caso, até há várias. Pode sempre largar essa gaja e arranjar outra menos resistente que fique arrumada logo à primeira. Ou manter a gaja e oferecer-lhe antes um vibrador gordo e baterias recarregáveis – e ela que se amanhe. Lembre-se é de investir num vibrador silencioso, para poder dormir descansado (e saciado) enquanto ela se entretém sozinha pela noite adentro.
Contudo, se quer a minha opinião mais sincera, digo-lhe já que acho todo esse esforço para dar várias seguidas absolutamente escusado. É a velha questão da quantidade versus qualidade. No meu entender, basta apenas dar uma. Uma que dure a noite inteira.
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